Como portadores da mensagem do Evangelho Redivivo, os espíritas devemos primar pela divulgação dos princípios da doutrina que abraçamos. Não dispomos de melhor modelo para pautar nossas ações de comunicação que o mestre Jesus. Ele conhecia as pessoas com as quais se comunicava. Ele dialogava: falava, mas também ouvia. Jesus não discriminava ninguém.  Usava uma linguagem simples e direta, relacionada ao cotidiano de seus contemporâneos. Acima de tudo, Cristo comunicava com sua própria vida.

Apesar de tentarmos, ainda temos muita dificuldade de agir conforme os exemplos de Jesus, seja nas atitudes mais comuns da vida de relação, sejam nas ações de organização e planejamento das áreas do Movimento Espírita. No que se refere à comunicação social espírita, além de tomar Jesus como modelo e guia, observamos outros inúmeros desafios.

Ao nosso ver, o que mais se destaca é a necessidade de colocar o Espiritismo ao alcance de toda a Humanidade, ou seja, fazer com que essa doutrina consoladora transcenda as paredes da Casa Espírita e chegue a todos corações sedentos de esclarecimento. Não podemos conceber que a difusão dessa fé raciocinada permaneça restrita a uma pequena porcentagem da população que se declara oficialmente “espírita” – de acordo com o último Censo, esse número em Santa Catarina corresponde a 1,58%. Para alcançar esse universo de pessoas ainda inexplorado é que a comunicação social existe. Sua finalidade é colocar a mensagem esclarecedora do Espiritismo ao alcance e a serviço de todos. (Orientação à comunicação social espírita, CFN/FEB, 2013).

Esse fim não deve ser buscado por meio do proselitismo ou da conversão de quem nos cruze o caminho. A proposta libertadora da doutrina não é essa, já que entendemos “conversão” como um processo íntimo, que ocorre de dentro para fora e não o contrário. Para alcançar o público, necessitamos cada vez mais associar o conceito espírita às questões atuais do mundo como: cidadania, política, economia; e ainda mostrar à sociedade que o Espiritismo oferece uma valiosa forma de compreensão da vida de relação e está presente em cada ato particular.

Ao longo deste ano temos divulgado em nossas atividades o Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro 2018-2022, documento do CFN‐/FEB, de orientação para o planejamento de ações pelas entidades federativas estaduais, seus órgãos de unificação e pelos Centros Espíritas. Uma das novidades desse importante instrumento foi a inclusão da diretriz 3, intitulada “Transversalidade da comunicação social espírita”, que diz respeito à integração dessa área às mais tradicionais do movimento espírita (assistência social, estudo, mediunidade, família, infância e juventude, etc), de forma que a comunicação esteja presente em todas elas. Nesse sentido, a Área de Comunicação Social Espírita (ACSE) nacional e das federativas estaduais deve atender a três funções primordiais: integradora, evangelizadora e midiática.

Para alcançá-las, o plano nacional sugere ações e projetos que envolvem: o desenvolvimento de campanhas sobre temas espíritas e valores evangélicos; a priorização do consolo e do esclarecimento nas ações espíritas de comunicação, além do fortalecimento da divulgação da Doutrina pela mídia (televisão, internet, rádio, jornal, revista, redes sociais etc.) em formato e canais adequados aos vários segmentos de público. Esta última proposta de divulgação do Espiritismo é um dos nossos principais desafios. Isso ocorre por ainda encararmos a tarefa de comunicar sem o devido comprometimento e o necessário profissionalismo.

Temos buscado realizar um trabalho de divulgação da doutrina no âmbito da Federação Espírita Catarinense através da qualificação das mídias de que já dispomos. Por meio de uma equipe de colaboradores voluntários espalhados pelo Estado, já conseguimos dar passos significativos para um maior alcance da mensagem consoladora em Santa Catarina (SC). Temos contado com o apoio inquestionável da equipe da Federação Espírita Brasileira e ainda da rede coordenada da área de comunicação social espírita das demais entidades federativas. Exemplos dessa parceria podem ser vistos na realização da exposição “Os Pacificadores”, em abril, na Assembleia Legislativa de SC e ainda pela campanha “Fé na vida”, de valorização à vida e esclarecimento em relação ao suicídio nas redes sociais, em setembro.

Certamente, ainda há muito a fazer para que coloquemos em prática estratégias de comunicação efetivas nas instituições federativas e nos demais órgãos de unificação. Nesse sentido, fazemos nosso apelo aos dirigentes e trabalhadores espíritas de todo estado. Aqueles que desejam colaborar nesta seara e que dispõem de boa vontade e conhecimentos em qualquer área relacionada à comunicação social estão convidados a fazerem parte desta tarefa. Entre em contato com o departamento de comunicação da FEC, por meio do e-mail [email protected].

A atualidade, com seus inúmeros recursos tecnológicos nos mostra, cada vez mais, que os meios para a divulgação do Espiritismo estão a nossa disposição, basta que os usemos com responsabilidade, discernimento e humildade. Encerramos, com esta pertinente mensagem de Bezerra de Menezes:

 

“Compreendamos que a vossa tarefa na divulgação do Espiritismo é ação gigantesca, de que não vos será lícito desertar. Nesse aspecto do assunto, urge considerarmos o impositivo da distribuição equitativa e plena dos valores espirituais, tanto quanto possível, em benefício de todos”

 (Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, recebida em 6 dez. 1969 e publicada em Reformador, abr. 1977.)

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